num toque,
como num sopro,
sinto-te, a correr em mim.
“Tira-me a luz dos olhos: continuarei a ver-te
Tapa-me os ouvidos: continuarei a ouvir-te
E embora sem pés caminharei para ti
E já sem boca poderei ainda convocar-te
Arranca-me os braços: continuarei abraçando-te
com o meu coração como com a mão
Arranca-me o coração: ficará o cérebro,
E se o cérebro me incendiares também por fim,
Hei-de então levar-te no meu sangue.”
-Rainer Maria Pilke-